Entenda como o mal é personificado em diversas culturas ao redor do mundo
Personificações do mal são comuns em várias religiões.
Muitas tradições espirituais têm figuras que simbolizam o mal, servindo como contrapontos às forças do bem e moldando o entendimento cultural sobre moralidade e pecado.
Essa dualidade está presente em várias religiões, onde o bem é associado a deuses ou figuras divinas, enquanto o mal é representado por entidades sinistras, influenciando como as sociedades percebem questões éticas.
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No Cristianismo, por exemplo, Satanás, originalmente um anjo chamado Lúcifer, é a figura central do mal, representando a tentação e o pecado.
Mas como outras culturas e religiões representam o mal?
Em religiões como o hinduísmo, budismo e islamismo, existem figuras semelhantes que personificam o mal e a tentação, cada uma com histórias e simbolismos únicos.
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Este artigo explora as personificações do mal em diversas religiões ao redor do mundo, oferecendo uma visão fascinante sobre como o conceito de uma figura maligna se manifesta de formas variadas.
Acompanhe e descubra na lista a seguir como o mal é retratado em diferentes tradições religiosas.
Māra – Budismo
No budismo, Māra é o demônio que tenta Buda de forma similar a como o diabo tenta Cristo no Cristianismo.
Conhecido como o Senhor dos Sentidos, Māra personifica o desejo e todas as forças contrárias à iluminação.
Ele aparece para Buda enquanto este medita em busca da iluminação, tentando desviar sua atenção com tentações mundanas.
Māra – Budismo
Māra usa várias estratégias para impedir Buda, incluindo enviar suas filhas para seduzi-lo.
Apesar de suas tentativas, Buda permanece focado em sua busca espiritual, superando as distrações e alcançando a iluminação.
Este confronto simboliza a luta interna contra as tentações que todos enfrentam na busca pela verdade.
Māra – Budismo
Após atingir a iluminação, Buda ainda enfrenta dúvidas alimentadas por Māra, que tenta desencorajá-lo de compartilhar seus ensinamentos.
A persistência de Buda, porém, reafirma sua determinação em guiar os outros em direção à iluminação, desafiando os obstáculos colocados por Māra.
Emma-ō – Budismo
No budismo japonês, o inferno, ou Jigoku, é governado por Emma-ō, o Senhor da Morte.
Ele é uma figura imponente que julga as almas dos mortos, determinando suas penas com base em seus pecados.
Emma-ō é auxiliado por duas cabeças desencarnadas, que o ajudam a discernir as falhas das almas que chegam a seu reino.
Emma-ō – Budismo
As cabeças de Miru-me e Kagu-hana, colocadas ao lado de Emma-ō, têm poderes sobrenaturais para revelar as verdadeiras intenções e pecados dos falecidos.
Miru-me detecta falhas internas, enquanto Kagu-hana revela erros ocultos.
Juntos, eles garantem que as almas sejam justamente julgadas e recebam a sentença apropriada.
Emma-ō – Budismo
Emma-ō, com sua severa presença, simboliza a inevitabilidade da morte e o julgamento que se segue, refletindo a complexidade da justiça divina no budismo.
A maneira como as almas são avaliadas em Jigoku demonstra a importância do equilíbrio moral e a responsabilidade pessoal no ciclo de vida e morte.
Hades – Mitologia Grega
Na mitologia grega, Hades é o deus do submundo e representa uma figura que, embora não seja puramente maligna, está associada à morte e ao reino dos mortos.
Diferente das tradições cristãs, o submundo grego não é um lugar de punição eterna, mas sim uma morada para todas as almas após a morte.
Hades – Mitologia Grega
Hades raramente interfere no mundo dos vivos, mas sua famosa incursão ocorre quando ele sequestra Perséfone para torná-la sua esposa, um ato que simboliza a inevitabilidade da morte e a ligação entre a vida e o submundo.
Essa história ilustra a função de Hades como um regente imparcial do domínio dos mortos.
Plutão – Mitologia Romana
Na mitologia romana, Hades é conhecido como Plutão.
Ele é frequentemente associado ao seu cão de três cabeças, Cérbero, que guarda as portas do submundo.
Plutão, assim como seu equivalente grego, é uma figura essencial para o equilíbrio entre vida e morte, sendo um governante justo e inevitável da mortalidade.
Hel – Mitologia Nórdica
Na mitologia nórdica, Hel é a deusa que governa o submundo.
Filha de Loki, ela é frequentemente descrita como uma figura sombria e severa, responsável por acolher aqueles que não morreram em batalha, determinando seu destino em seu reino.
Hel – Mitologia Nórdica
Aqueles que caem em batalha são levados a Valhalla, enquanto os outros encontram seu descanso no domínio de Hel.
Ela é uma figura justa, mas impassível, que decide o destino das almas com base em suas vidas e atos, demonstrando o rigor das crenças nórdicas sobre o pós-vida.
Ahriman – Zoroastrismo
O zoroastrismo, uma das religiões mais antigas, possui uma dualidade clara entre bem e mal, representada por Ahura Mazda e Ahriman.
Ahriman é a personificação do mal e das trevas, constantemente em conflito com as forças da luz e da ordem.
Ahriman – Zoroastrismo
A crença na batalha contínua entre Ahriman e Ahura Mazda reflete a dualidade moral do mundo, influenciando posteriormente as ideias de bem e mal em outras grandes religiões.
Ahriman, como agente das trevas, tenta desequilibrar a ordem, representando o lado negativo da criação.
Ahriman – Zoroastrismo
O papel de Ahriman como arquétipo do mal sugere que muitas das concepções de figuras diabólicas no Cristianismo e no Islamismo podem ter suas origens nesta antiga religião, refletindo a longevidade e a influência das ideias zoroastristas sobre a moralidade.
Osíris, Thoth e Anubis – Egito Antigo
No Egito Antigo, o julgamento dos mortos era uma tarefa coletiva de vários deuses, incluindo Osíris, o Senhor do Submundo, que determinava o destino das almas.
Thoth, o deus da ordem e do caos, auxiliava nesse julgamento, atuando como escriba e mediador.
Osíris, Thoth e Anubis – Egito Antigo
Anubis, representado como um chacal, guiava as almas perdidas pelo submundo e protegia o processo de mumificação.
Cada um desses deuses desempenhava um papel crucial na manutenção do equilíbrio entre vida e morte, demonstrando a complexidade da espiritualidade egípcia.
Osíris, Thoth e Anubis – Egito Antigo
A combinação das funções de Osíris, Thoth e Anubis reflete uma compreensão abrangente da vida após a morte, onde a justiça divina era alcançada através da harmonia entre ordem e caos, e o julgamento era visto como um caminho para a renovação e a continuidade da vida.
Cizin – Civilização Maia
Na mitologia maia, Cizin, o deus da morte, não é associado a aspectos positivos como alguns de seus pares, mas representa punição e sofrimento eterno para os pecadores.
Ele é retratado de forma macabra, simbolizando o lado mais sombrio do submundo maia.
Cizin – Civilização Maia
Cizin mantém as almas presas em tormento, e sua imagem está associada a colares de globos oculares, sublinhando seu papel como um captor temido.
A arte maia muitas vezes mostra Cizin dançando e fumando, adicionando uma camada de ironia sinistra ao seu caráter.
Cizin – Civilização Maia
Quando os conquistadores espanhóis chegaram, eles compararam Cizin ao diabo cristão, uma interpretação que influenciou a percepção ocidental dos mitos maias, destacando o sincretismo e a fusão de crenças culturais.
Yama – Hinduísmo
No hinduísmo, Yama é o deus da morte e o primeiro a morrer, estabelecendo o caminho da mortalidade.
Ele preside o submundo, onde decide o destino das almas com base em seus karmas acumulados.
Yama – Hinduísmo
Yama é frequentemente representado com seus cães de quatro olhos, que guardam seu reino, e montando um búfalo, armado com um laço e um cetro, simbolizando seu domínio sobre a morte.
Seu papel como juiz reflete a complexidade da retribuição cármica.
Yama – Hinduísmo
A crença no laço de Yama que acompanha cada pessoa ilustra o conceito de destino e a inevitabilidade da morte, lembrando aos seguidores a importância de viver uma vida virtuosa e justa.
Jinn – Islamismo
Na tradição islâmica, os jinn são espíritos invisíveis com a capacidade de influenciar os humanos.
Alguns são benévolos, mas outros, chamados shaitan, são maliciosos e induzem os humanos ao pecado, comparáveis aos demônios cristãos.
Jinn – Islamismo
Os shaitan são seres grotescos, criados a partir do fogo, que atormentam a humanidade.
Eles têm a capacidade de possuir humanos e vivem em objetos inanimados, espalhando desordem e doença como parte de seu propósito maligno.
Jinn – Islamismo
A capacidade dos humanos de controlar e se comunicar com os jinn destaca a complexidade da relação entre o bem e o mal no Islamismo, refletindo a luta constante pela virtude e a presença tentadora do pecado.
Melek Taûs – Yazidi
O povo Yazidi reverencia Melek Taûs, um anjo caído que foi perdoado e enviado para proteger a humanidade.
Melek Taûs é frequentemente representado como um pavão e visto como uma figura de liderança benevolente.
Melek Taûs – Yazidi
A adoração de Melek Taûs causa controvérsias entre as religiões monoteístas, que frequentemente veem os Yazidis como adoradores do diabo.
Essa visão equivocada levou a perseguições ao longo dos séculos.
Melek Taûs – Yazidi
A história de Melek Taûs sublinha a complexidade da fé Yazidi, onde o perdão e a redenção são temas centrais, refletindo uma perspectiva única sobre a relação entre divindade e humanidade.