Como os atletas olímpicos brasileiros sustentam suas carreiras
O desafio de ser um atleta de elite vai além das competições.
Com o término dos Jogos Olímpicos, o mundo celebra os atletas que se destacaram e conquistaram medalhas.
Porém, o que muitos não sabem é como esses competidores se sustentam financeiramente durante suas jornadas de preparação e competições.
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Manter-se no topo exige não só dedicação, mas também recursos financeiros significativos.
Embora alguns países recompensem generosamente os atletas vencedores, essa não é uma prática universal.
Muitos olímpicos, especialmente os brasileiros, enfrentam dificuldades para financiar suas carreiras e cobrir os custos diários de treinamento.
Como, então, esses atletas conseguem financiar suas atividades e sobreviver?
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Descubra na lista a seguir as diversas formas pelas quais os atletas olímpicos, incluindo os brasileiros, ganham dinheiro para continuar competindo no mais alto nível.
Jogos Olímpicos
As Olimpíadas não seguem um modelo de negócios tradicional, focado em lucro, o que impede que o evento se restrinja apenas aos esportes mais lucrativos.
Isso torna os Jogos únicos, apesar de não serem uma fonte substancial de renda para os competidores.
Renda modesta
Embora os Jogos Olímpicos sejam emocionantes, o glamour da competição não se traduz em grandes ganhos financeiros para a maioria dos atletas, exceto para os medalhistas.
A maioria acaba recebendo uma renda bem modesta.
Linha da pobreza
Surpreendentemente, cerca de 30% dos atletas nos Estados Unidos vivem abaixo da linha da pobreza, enfrentando altos custos anuais para manter suas carreiras, enquanto a maioria tem uma renda bastante limitada.
Salário
Atletas olímpicos não recebem salários fixos, mas podem conseguir fundos através de patrocínios, muitas vezes modestos.
Por exemplo, o medalhista britânico Jack Laugher recebe apenas US$ 36.000 por ano em patrocínios, apesar de ser um dos melhores em seu esporte.
O valor da medalha em dinheiro
O prêmio por uma medalha olímpica varia muito dependendo do país.
Nos Estados Unidos, uma medalha de ouro vale US$ 37.000, enquanto em outros países como Sérvia e Marrocos, os valores podem ultrapassar os US$ 200.000.
Prêmios
Além do prêmio em dinheiro, alguns países oferecem benefícios adicionais, como diamantes e até apartamentos para seus medalhistas, como acontece na Polônia.
Benefícios
Nos Estados Unidos, os atletas olímpicos costumam ter acesso a benefícios como isenção de impostos e planos de saúde de alta qualidade.
Reconhecimento pela qualificação
Em alguns países, como o Iraque, atletas são recompensados financeiramente apenas por se qualificarem para os Jogos Olímpicos, com benefícios que incluem terrenos e auxílios mensais.
Os três melhores
Embora os maiores prêmios sejam reservados aos medalhistas, muitos atletas buscam outras formas de renda, já que poucos chegam ao pódio.
Patrocínio
Patrocínios podem ser uma fonte significativa de renda, mas são geralmente acessíveis apenas para os 5% melhores atletas, enquanto a maioria enfrenta dificuldades financeiras.
Para os atletas de primeira linha é lucrativo
Para estrelas como Simone Biles, os patrocínios podem ser extremamente lucrativos, com ganhos que chegam a milhões de dólares por ano.
Ajudas de custo
Alguns atletas recebem ajuda de custo de seus países ou comitês olímpicos, o que cobre parcialmente os custos de treinamento e vida.
Subsídios e bolsas de estudo
Subsídios e bolsas de estudo são cruciais para muitos atletas, oferecendo o único suporte financeiro disponível para cobrir suas despesas.
Treinamento personalizado
Atletas olímpicos, ativos ou aposentados, muitas vezes oferecem serviços de treinamento personalizados, aproveitando sua experiência para gerar renda adicional.
Redes sociais
A monetização de redes sociais se tornou uma forma cada vez mais popular para atletas ganharem dinheiro, especialmente através de plataformas como TikTok e YouTube.
Contratos editoriais
Escrever livros ou autobiografias pode ser uma fonte lucrativa de renda para atletas que desejam compartilhar suas histórias e experiências.
Meios de comunicação
Após a aposentadoria, muitos atletas encontram oportunidades como comentaristas ou apresentadores, o que lhes permite permanecer no mundo esportivo enquanto ganham dinheiro.
Palestras
Atletas olímpicos são frequentemente convidados para palestrar em eventos, onde compartilham suas histórias de superação, o que pode ser bastante lucrativo.
Aparição em eventos
Atletas de renome são pagos para aparecer em eventos ou participar de atividades promocionais, um privilégio geralmente reservado aos mais bem-sucedidos.
Merchandising
Alguns atletas criam suas próprias marcas e produtos, como roupas ou suplementos, para gerar uma fonte adicional de renda.
Trabalho paralelo
Sem patrocínios ou apoios significativos, muitos atletas têm empregos paralelos para sustentar suas carreiras esportivas, como é o caso de Angel McCoughtry, que é também proprietária de uma sorveteria.
Trabalhos temporários
Alguns atletas precisam recorrer a trabalhos temporários, como fez a boxeadora Morelle McCane, para financiar sua participação nos Jogos Olímpicos.
Engenharia
Atletas como Nic Fink e Canyon Berry, além de suas carreiras esportivas, trabalham na área de engenharia para garantir sua subsistência.
Aplicativos e sites adultos
Alguns atletas recorrem a plataformas onde compartilham conteúdo exclusivo em troca de uma assinatura mensal, uma forma alternativa de ganhar dinheiro.
Aplicativos e sites adultos
Essas plataformas também têm sido um recurso para atletas aposentados enfrentando dificuldades financeiras, como a patinadora Elise Christie, que viu nisso uma forma de se reerguer.
Outra perspectiva
Para muitos atletas, essas plataformas oferecem uma oportunidade de interação direta com fãs interessados em suas jornadas, mostrando que tudo é uma questão de perspectiva.
Propaganda
Campanhas publicitárias, mesmo fora do universo esportivo, são outra fonte de renda, como os acordos da golfista Nelly Korda com grandes empresas.
A fama do basquete
Enquanto muitos atletas lutam para sobreviver, figuras como LeBron James não enfrentam essas dificuldades, com a maior parte de seus ganhos advindos de patrocínios.
Direitos de imagem
O COI vende os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos, utilizando o dinheiro arrecadado para apoiar os comitês nacionais e as federações que dão suporte aos atletas.
A realidade brasileira
Nos Jogos de Tóquio 2020/2021, 33 dos 309 atletas brasileiros conciliavam o esporte com outro emprego, e 131 não tinham patrocínio, sendo obrigados a recorrer a vaquinhas ou permutas.
Rebeca Andrade recebe salário
Rebeca Andrade, ginasta de renome, tem um contrato com o Flamengo que lhe garante um salário de cerca de R$ 20 mil, mas essa realidade não é a mesma para muitos outros atletas brasileiros.
Bolsa Atleta
O programa Bolsa Atleta apoiou 100% dos medalhistas brasileiros em Paris 2024, mas enfrenta críticas por conta dos valores defasados e a falta de reajustes ao longo dos anos.
Sem patrocínio
Caio Bonfim, medalhista de prata, depende exclusivamente do Bolsa Atleta e da Marinha, sem contar com patrocinadores privados, mesmo após quatro Olimpíadas.
O Programa Atletas de Alto Rendimento (Paar)
Cerca de 35% da delegação brasileira nos Jogos de Paris 2024 é composta por atletas militares, que recebem suporte das Forças Armadas através do Paar, criado em 2008.
O Programa Atletas de Alto Rendimento (Paar)
Atletas militares como Jade Magalhães e William Lima recebem todos os benefícios da carreira militar e apoio técnico-científico para continuar suas jornadas esportivas.
Jade Barbosa
Jade Barbosa, além de sua carreira como ginasta, é também estilista e empreendedora, desenvolvendo collants que se tornaram sucesso entre as ginastas brasileiras.
Jade Barbosa
Jade compartilhou sua trajetória de superação em um vídeo da CBG no TikTok, revelando que começou sua carreira com collants feitos pelo próprio pai.
Empreendedorismo
Seus collants foram usados pela seleção brasileira de ginástica durante os Jogos, demonstrando seu sucesso também fora das competições esportivas.
A polêmica do Imposto de Renda
Após críticas, o Governo Federal decidiu isentar os atletas medalhistas do pagamento de Imposto de Renda sobre os prêmios recebidos nas Olimpíadas de Paris 2024.
Afinal, quanto ganham os medalhistas brasileiros?
Segundo o COB, os medalhistas brasileiros em modalidades individuais recebem R$ 350 mil pelo ouro, R$ 210 mil pela prata e R$ 140 mil pelo bronze.
Afinal, quanto ganham os medalhistas brasileiros?
Em modalidades em grupo, o valor do prêmio é dividido entre os membros da equipe, variando de R$ 700 mil para o ouro a R$ 280 mil para o bronze.
Real valor
As medalhas de ouro dos Jogos de Paris 2024 são compostas por 505 gramas de prata e seis gramas de ouro, com um valor estimado em US$ 950, além de seu imenso valor simbólico.
Campanha
Cesar Cielo, ex-nadador e agora comentarista, incentivou o público a seguir os atletas brasileiros nas redes sociais para aumentar suas chances de patrocínio.
Campanha
Cielo apelou para que os atletas alcancem milhões de seguidores, destacando a importância do engajamento nas redes sociais para garantir patrocínios.