Como o breakdance evoluiu das ruas até o palco olímpico
Você está por dentro do mais recente esporte olímpico?
Em uma decisão histórica, o Comitê Olímpico Internacional aprovou o breakdance como evento para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Esta inclusão representa um passo significativo na diversificação dos esportes olímpicos, atraindo um público mais jovem e diverso.
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A inclusão dessa dança, também conhecida como breaking, marca um novo capítulo na história das Olimpíadas, com 16 b-boys e 16 b-girls competindo na icônica Place de la Concorde, no coração de Paris.
Embora esteja estreando como esporte olímpico, o breaking já tem um legado sólido que remonta aos anos 1970.
Desde suas origens, o breaking evoluiu para se tornar uma expressão artística rica e uma forma de competição acirrada.
Originado no Bronx, em Nova York, em comunidades afro-americanas e porto-riquenhas, esse estilo de dança tem influências profundas e diversificadas.
Neste artigo, vamos explorar as raízes do breakdance, seus elementos principais e como ele se tornou um fenômeno global.
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Se você está curioso sobre a trajetória dessa forma de arte dinâmica, prepare-se para uma viagem fascinante por sua história.
A popularidade crescente do breaking em todo o mundo destaca seu impacto cultural e sua capacidade de unir pessoas de diferentes origens.
E não perca a parte em que falamos sobre a significativa contribuição do Brasil neste cenário.
Descubra tudo isso na lista a seguir.
As origens do breakdance
O breakdance nasceu no meio das comunidades afro-americanas e latinas do Bronx na década de 1970.
O lendário DJ Afrika Bambaataa foi crucial para transformar conflitos de gangues em batalhas de dança, incentivando uma forma de competição que substituía as armas por movimentos de dança.
Influências musicais e culturais
A música de James Brown foi uma fonte de inspiração para pioneiros como Richard “Crazy Legs” Colon e Kenneth “Ken Swift” Gabbert, que incorporaram sua energia e ritmos nos movimentos do breaking.
Além disso, a capoeira, uma arte marcial afro-brasileira, também deixou sua marca no desenvolvimento desse estilo de dança.
O impacto da capoeira no breaking
A influência da capoeira é evidente em muitos dos movimentos do breakdance.
Essa combinação de luta e dança contribuiu para a evolução do breaking, trazendo uma nova dimensão aos movimentos e à expressão corporal.
Expansão e variação dos estilos
Com o tempo, o termo “breakdancing” passou a englobar outros estilos de dança, como o popping, locking e electric boogaloo, principalmente originários da Califórnia.
Esses estilos, embora distintos, compartilham a mesma energia e dinamismo que caracteriza o breakdance.
O papel da mídia no breakdance
À medida que o breaking ganhava popularidade, a mídia adotou os termos “breakdance” e “breakdancer”, sem perceber que os praticantes preferiam simplesmente “breaking” e “breakers”.
Esta terminologia tornou-se amplamente aceita, embora não fosse a escolha dos próprios dançarinos.
O breaking na cultura hip-hop
Como uma das quatro principais vertentes da cultura hip-hop, o breaking se desenvolveu ao lado do MCing, DJing e graffiti.
Esta subcultura criou uma plataforma vibrante onde a dança, música e arte visual se encontram, cada uma influenciando e moldando a outra.
A inovação de Kool Herc
Durante suas festas no bairro, o DJ Kool Herc percebeu que as pessoas reagiam com entusiasmo durante os breaks – as seções instrumentais das músicas.
Ele começou a misturar discos para prolongar esses momentos, permitindo que os dançarinos tivessem mais tempo para mostrar suas habilidades.
A revolução dos breaks
Com suas inovações, Kool Herc criou uma experiência musical onde os dançarinos podiam brilhar.
Essa técnica de mixagem foi fundamental para o surgimento do breakdance como conhecemos hoje.
B-boys e b-girls: quem são eles?
Os termos b-boy e b-girl, popularizados por Kool Herc, referem-se aos meninos e meninas que praticam breaking.
Eles são os protagonistas das batalhas de dança, exibindo habilidade e criatividade em cada movimento.
O breaking entra no mainstream
À medida que o breaking se espalhava, promotores e a mídia começaram a notar os b-boys e b-girls em festas, parques e clubes, levando a dança das ruas para os palcos e para a televisão, onde ganhou reconhecimento mundial.
Conquistas internacionais
Em 1982, o grupo Rock Steady Crew se apresentou em Londres e Paris, expandindo ainda mais a popularidade do breaking.
Eles até apareceram no famoso programa ‘Late Night with David Letterman’ em 1983.
O prestígio na política
O New York City Breakers teve a honra de se apresentar para o presidente Ronald Reagan durante o Kennedy Center Honors em 1984, transmitindo o poder cultural do breaking para uma audiência nacional.
Impacto nos videoclipes e filmes
Filmes e videoclipes como ‘Flashdance – Em Ritmo de Embalo’ e ‘A Loucura do Ritmo’ apresentaram b-boys e b-girls ao grande público, solidificando o breaking como uma parte icônica da cultura pop.
Elementos fundamentais do breaking
No toprock, passos como o Indian step e Cross step são fundamentais.
Eles acontecem quando os dançarinos ainda estão em pé antes de se moverem para o chão, criando uma base para as performances de breaking.
Footwork: movimentos essenciais
O footwork envolve usar as mãos como apoio enquanto os dançarinos movimentam as pernas em passos rápidos e complexos no chão.
Movimentos como o six-step e o three-step são exemplos clássicos.
Freezes: um momento de impacto
Freezes acontecem quando um dançarino “congela” em uma posição impactante, criando um momento de suspense e demonstrando controle corporal impressionante.
Truques e criatividade
Os breakers frequentemente adicionam um toque pessoal a passos tradicionais, criando truques únicos.
Movimentos como hopping air chairs e leg threading exemplificam essa inovação contínua.
Movimentos de poder
Os power moves são uma exibição de força e agilidade, com dançarinos girando seus corpos em movimentos contínuos.
Giros de cabeça e windmills são exemplos clássicos que encantam o público.
Música que define o breakdance
Os breakers dançam ao som de ritmos envolventes como funk, rap e soul.
Músicas icônicas como ‘Apache’ da Incredible Bongo Band e ‘It’s Just Begun’ do Jimmy Castor Bunch são trilhas sonoras clássicas do breaking.
Oscilações na popularidade
Após seu auge nos anos 1980, o breaking viu uma queda em popularidade.
Contudo, um ressurgimento nos anos 1990 trouxe os b-boys originais de volta para as competições, renovando o interesse global.
Cyphers: o coração do breaking
Os cyphers são círculos formados em torno de um dançarino, criando um espaço onde b-boys e b-girls podem se expressar livremente.
Esse ambiente comunitário é vital para a cultura do breaking.
Transformação em arte competitiva
O breaking evoluiu de uma dança de festa para uma forma de arte competitiva, com eventos em todo o mundo que variam de batalhas individuais a competições em equipe.
Presença feminina no breaking
Embora tradicionalmente dominado por homens, o breaking sempre teve b-girls talentosas.
Com o crescimento do esporte, competições específicas para b-girls emergiram, permitindo que as mulheres mostrassem suas habilidades.
Marco histórico: Battle of the Year
Lançada em 1990, a Battle of the Year se destacou como a primeira competição internacional de breaking em larga escala, solidificando o status do breaking como uma arte global.
Estreia olímpica juvenil
Em 2018, o breaking debutou nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires, sinalizando um futuro promissor e reconhecimento oficial no cenário esportivo internacional.
Olimpíadas de Paris 2024: um novo começo
Com a votação do Comitê Olímpico Internacional em 2020, o breaking foi confirmado como evento nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Essa decisão celebra décadas de história e cultura do breaking, agora no maior palco esportivo do mundo.
Expectativas para os Jogos de Paris
Em Paris 2024, 32 dançarinos de todo o mundo competirão por medalhas olímpicas, trazendo uma nova era de reconhecimento e prestígio ao breaking.
O destaque de b-boy Victor
Victor Montalvo, também conhecido como b-boy Victor, é bicampeão do Red Bull BC One e representará os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Ele é um dos favoritos para conquistar medalhas, enquanto o Brasil ainda busca marcar sua presença nesta modalidade emergente.