Império Britânico: Ascensão e queda do império onde o Sol nunca se põe
A história do Império Britânico: auge e declínio.
O Império Britânico, conhecido como o maior império da história mundial, teve um impacto profundo e duradouro no cenário global.
No auge de seu poder, por volta de 1922, o império cobria aproximadamente um quarto da superfície terrestre e governava mais de 458 milhões de pessoas.
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Sua influência foi sentida em diversas esferas, desde culturas e línguas até sistemas de governo.
A expansão do império começou no final do século XVI, liderada pela Inglaterra, e se estendeu por mais de três séculos.
Apesar de seu apogeu no início do século XX, o Império Britânico começou a declinar após a Segunda Guerra Mundial.
O processo de desmantelamento foi marcado por uma série de movimentos de independência e transformações geopolíticas, culminando na entrega de Hong Kong à China em 1997.
Este evento simbolizou o fim do império, que anteriormente era conhecido como “o império onde o Sol nunca se põe”.
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Para entender como um império tão vasto e poderoso chegou a esse ponto de declínio, é essencial explorar sua trajetória histórica.
A seguir, examinamos a fascinante ascensão e queda do Império Britânico, mergulhando na complexa teia de eventos que moldaram sua existência.
Esta análise oferece uma visão mais aprofundada dos fatores que influenciaram a política global ao longo dos séculos.
Descubra na lista a seguir os principais marcos da ascensão e queda deste império global.
O início do Império Britânico
A gênese do Império Britânico remonta ao final dos anos 1500, quando a Inglaterra iniciou suas primeiras tentativas de colonizar partes da América do Norte e regiões do Caribe.
Este esforço de colonização foi parte de uma estratégia maior para expandir sua influência global e acessar novos recursos.
Rainha Elizabeth I (1533–1603)
Durante o reinado da Rainha Elizabeth I, exploradores como Humphrey Gilbert, Francis Drake e Walter Raleigh receberam forte apoio para reivindicar novas terras para a coroa inglesa.
Esses exploradores desempenharam papéis cruciais na expansão inicial do império, ajudando a estabelecer colônias que se tornariam os alicerces do domínio britânico.
O papel da Companhia das Índias Orientais
Fundada em dezembro de 1600, a Companhia das Índias Orientais foi criada para explorar o comércio na Ásia e na Índia.
Ela desempenhou um papel central na formação do Império Britânico, tornando-se uma ferramenta vital para a expansão comercial e territorial do império.
O primeiro assentamento permanente
Em 1607, Jamestown, na Virgínia, tornou-se o primeiro assentamento inglês permanente nas Américas.
Este foi um marco importante na expansão britânica, abrindo caminho para a colonização de outras áreas no Novo Mundo.
A fundação das 13 colônias
Os colonos britânicos estabeleceram um total de 13 colônias na América do Norte, que se tornaram parte vital do império.
Essas colônias serviram como centros de comércio e cultura, além de representar a crescente influência britânica na região.
O Tratado de Paris e suas consequências
O Tratado de Paris de 1763 pôs fim ao conflito entre França e Grã-Bretanha pelo controle da América do Norte.
Como resultado, a Grã-Bretanha adquiriu o Canadá e várias ilhas no Caribe, fortalecendo ainda mais sua posição nas Américas.
A colonização do Caribe
A colonização britânica no Caribe começou com ilhas como São Cristóvão e Neves (1624), Barbados (1627) e Neves (1628).
A região se tornou um importante centro para o comércio de açúcar e tabaco, contribuindo significativamente para a riqueza do império.
O envolvimento britânico no comércio de escravos
A Grã-Bretanha desempenhou um papel crucial no comércio atlântico de escravos, especialmente nas Índias Ocidentais, onde plantações de cana-de-açúcar e tabaco floresciam.
Apesar da proibição do comércio de escravos em 1807, seu legado continuou a influenciar a sociedade britânica e suas colônias.
A colonização da Austrália
Em 1770, o capitão James Cook reivindicou a Nova Gales do Sul, na Austrália, para a Grã-Bretanha.
Anos depois, em 1788, o capitão Arthur Phillip formalizou a posse britânica, estabelecendo a Austrália como parte do império.
Perda das colônias americanas
O domínio britânico sobre as Treze Colônias terminou com a Guerra Revolucionária Americana, resultando na independência dos Estados Unidos em 1783.
Esta derrota marcou uma virada significativa na história do império.
A expansão imperial após a derrota
Determinado a evitar novas perdas, o Império Britânico voltou-se para o leste, expandindo seu domínio na Ásia.
A Companhia das Índias Orientais foi fundamental nesse processo, consolidando a presença britânica na região.
A conquista do sudeste asiático
A Companhia das Índias Orientais, juntamente com a força militar britânica, facilitou a expansão do império na Ásia.
Territórios como a Ilha de Penang (1786) e Singapura (1819) foram adicionados ao império, reforçando seu controle na região.
A colonização da Nova Zelândia
A Nova Zelândia tornou-se oficialmente uma colônia britânica em 1840, sob a administração do governador Sir George Gray, que desempenhou um papel decisivo na aquisição de terras Māori.
O domínio sobre Hong Kong
Hong Kong foi cedida ao Império Britânico em 1842 pela dinastia Qing, tornando-se um dos territórios mais estratégicos do império por 155 anos, até seu retorno à China em 1997.
Índia: a joia da coroa
A Índia tornou-se uma colônia oficial em 1858, sendo considerada a “Joia da Coroa” do Império Britânico.
Este período, conhecido como Raj Britânico, durou até 1947, quando a Índia conquistou sua independência.
Rainha Vitória e a Índia
A aquisição da Índia levou à transferência do governo da Companhia das Índias Orientais para a Coroa britânica, com a Rainha Vitória assumindo o título de Imperatriz da Índia.
O legado do Raj Britânico
Durante o Raj, a Grã-Bretanha implementou reformas significativas na Índia, incluindo um sistema administrativo centralizado e a introdução de métodos de educação ocidentais.
A infraestrutura ferroviária construída nesse período ainda é usada hoje.
O impacto econômico na Índia
A administração britânica na Índia trouxe mudanças econômicas substanciais, promovendo o cultivo de produtos comerciais como chá, café e algodão, além de gerar empregos na agricultura e em outras indústrias.
As dificuldades do imperialismo
No entanto, o domínio britânico na Índia também trouxe desafios, incluindo a imposição de políticas racistas e monoculturais, que criaram dificuldades econômicas.
Eventos como o massacre de Jallianwala Bagh em 1919 marcaram a resistência à presença britânica.
A expansão britânica na África
Entre 1880 e 1890, a Grã-Bretanha expandiu seu domínio na África, controlando territórios como Egito, Sudão, Quênia e África do Sul.
O imperialista Cecil Rhodes foi um defensor notório da expansão britânica no continente.
A guerra anglo-zulu
O Reino Zulu resistiu à colonização britânica, resultando na Guerra Anglo-Zulu de 1879.
Apesar das vitórias iniciais dos zulus, como na Batalha de Isandlwana, os britânicos acabaram prevalecendo na Batalha de Rorke’s Drift.
A Segunda Guerra dos Bôeres
O conflito entre o Império Britânico e as Repúblicas Bôeres na África Austral, conhecido como a Segunda Guerra dos Bôeres, ocorreu entre 1899 e 1902.
Este confronto violento marcou outra fase na história da colonização britânica na África.
Rumo à independência
O caminho para a independência das colônias britânicas começou com o Canadá, que se tornou um domínio em 1867.
Austrália e Nova Zelândia seguiram o mesmo caminho no início do século XX, estabelecendo precedentes para outras colônias.
Impactos da Primeira Guerra Mundial
Após a Primeira Guerra Mundial, o Império Britânico atingiu sua maior extensão.
No entanto, o nacionalismo crescente em várias colônias começou a corroer seu domínio, prenunciando um movimento de descolonização.
O Levante da Páscoa na Irlanda
Durante a Primeira Guerra Mundial, o Levante da Páscoa de 1916 marcou uma revolta significativa contra o domínio britânico na Irlanda, contribuindo para a eventual independência irlandesa.
A criação da Commonwealth
Em resposta às crescentes demandas por independência, a Grã-Bretanha criou a Commonwealth em 1926, uma associação de nações autônomas dentro do Império Britânico.
O Estatuto de Westminster de 1931 consolidou essa autonomia constitucional.
O movimento Quit India
O movimento Quit India, liderado por Mahatma Gandhi em 1942, foi um marco na luta pela independência indiana.
A resistência pacífica e o apoio popular aceleraram o processo de descolonização na Índia.
A retirada da Palestina
O custo humano e econômico da Segunda Guerra Mundial precipitou o colapso do império.
Em 1948, as tropas britânicas se retiraram da Palestina, facilitando a criação do Estado de Israel.
A descolonização da África
Na África, a crescente oposição ao domínio colonial britânico, como a rebelião Mau Mau no Quênia, pressionou pela independência de várias nações africanas durante as décadas de 1950 e 1960.
Os ventos da mudança
A independência de colônias britânicas, como Sudão e Gana, tornou-se um movimento imparável.
A Grã-Bretanha foi forçada a reconhecer o direito à autodeterminação de seus territórios coloniais.
Belize e Brunei se tornam independentes
Belize comemorou sua independência em 1981, seguido por Brunei em 1984, marcando o fim dos protetorados britânicos na Ásia.
As nações celebraram sua liberdade com entusiasmo e otimismo.
O fim do Império Britânico
A entrega de Hong Kong à China em 1997 foi um evento emblemático que simbolizou o fim definitivo do Império Britânico.
Esta transferência encerrou oficialmente a era do imperialismo britânico, deixando um legado complexo e duradouro.