Doenças invisíveis: entenda o que são, quem afetam e como enfrentá-las
Pessoas que convivem com essas condições ainda enfrentam muito preconceito.
Uma doença invisível é uma condição de saúde que pode ser física, mental ou neurológica, mas que não apresenta sinais evidentes para quem olha de fora.
Para ter uma ideia, cerca de 10% dos 61 milhões de americanos que enfrentam alguma doença física ou mental vivem com uma condição invisível.
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Essas doenças são muitas vezes subestimadas, tanto no diagnóstico quanto no tratamento, devido ao preconceito e à falta de compreensão.
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Pessoas com doenças invisíveis frequentemente são julgadas por aparentarem estar saudáveis, levando outros a pensar que estão exagerando ou inventando.
Mas o que exatamente são essas condições e quem é mais impactado por elas?
Explore a lista a seguir para entender melhor essas doenças, os desafios que enfrentam e como lidar com elas.
O que é uma doença invisível?
Doenças invisíveis são condições que afetam profundamente a vida de uma pessoa, mas cujos sintomas não são perceptíveis para os outros.
Como as doenças invisíveis são diagnosticadas?
A dificuldade em diagnosticar essas condições muitas vezes vem do fato de que muitas delas não aparecem em exames de sangue ou biópsias, o que contribui para a ideia equivocada de que não são doenças válidas.
Quem as doenças invisíveis afetam mais?
Doenças como encefalomielite miálgica, doença de Lyme, lúpus e fibromialgia tendem a afetar mais as mulheres do que os homens.
Quem as doenças invisíveis afetam mais?
Além disso, mulheres muitas vezes são tratadas de maneira diferente pelos médicos.
Um estudo do Journal of Pain revelou que, ao expressarem o mesmo nível de dor que os homens, as mulheres são percebidas como sentindo menos dor.
Quem as doenças invisíveis afetam mais?
Preconceitos implícitos e disparidades raciais também dificultam o diagnóstico e o tratamento adequado de doenças invisíveis para pessoas negras e de cor.
Um estudo de 2016 mostrou que muitos estudantes de medicina brancos erroneamente acreditam que negros têm maior tolerância à dor.
Quem as doenças invisíveis afetam mais?
Pessoas negras e de cor não só enfrentam mais obstáculos para acessar cuidados de saúde de qualidade, mas também encontram dificuldades maiores para obter apoio para doenças invisíveis.
Tipos: condições neurodiversas
Condições neurodiversas, como TDAH, transtornos do espectro autista, dislexia, dispraxia e discalculia, são frequentemente consideradas doenças invisíveis.
Tipos: doenças mentais
Doenças mentais são totalmente invisíveis, afetando uma em cada quatro pessoas nos EUA. Ansiedade, depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia estão entre as mais comuns.
Tipos: condições de saúde e fertilidade da mulher
Problemas de saúde e fertilidade femininos, como a endometriose, que afeta cerca de cinco milhões de mulheres nos EUA, são invisíveis e podem causar dor crônica.
Tipos: dor crônica
A dor crônica é uma condição muitas vezes incompreendida.
A fibromialgia, por exemplo, afeta cerca de quatro milhões de pessoas nos EUA e é frequentemente subestimada.
Tipos: dor crônica
A fadiga crônica, que causa exaustão por pelo menos seis meses, também é mal diagnosticada e subestimada pelos profissionais de saúde.
Tipos: epilepsia
A epilepsia é uma doença invisível, afetando cerca de 3,4 milhões de pessoas globalmente.
Seus sintomas só são evidentes durante uma convulsão.
Tipos: lesões cerebrais
Lesões cerebrais traumáticas muitas vezes têm sintomas que passam despercebidos e são difíceis de reconhecer.
Tipos: cânceres
Embora alguns tipos de câncer sejam visíveis, muitos se enquadram na categoria de doenças invisíveis, podendo crescer por anos sem serem detectados.
Tipos: doenças autoimunes
Doenças autoimunes, como a doença celíaca, diabetes tipo 1 e doença de Chron, são condições em que o sistema imunológico ataca o próprio corpo, sendo muitas vezes invisíveis.
Tipos: enxaquecas crônicas e dores de cabeça
Enxaquecas crônicas e dores de cabeça são invisíveis, mas podem ter um impacto significativo na funcionalidade de uma pessoa.
Nem todas as doenças invisíveis são iguais
Embora condições como diabetes, doenças cardíacas e câncer possam ser invisíveis, as limitações causadas por elas raramente são questionadas, ao contrário de doenças como a fibromialgia ou a síndrome de fadiga crônica.
Estigma
Pessoas com doenças invisíveis frequentemente enfrentam preconceitos, sendo vistas como exageradas ou preguiçosas, especialmente em condições como dor crônica ou síndrome de fadiga crônica.
A teoria da colher
Christine Miserandino, que vive com lúpus, criou a teoria da colher em 2003 para ajudar pessoas saudáveis a entenderem a vida com uma doença crônica invisível.
A teoria da colher
A teoria propõe que as pessoas imaginem que têm uma quantidade limitada de colheres (energia) para gastar ao longo do dia.
Quem vive com doenças invisíveis tem menos colheres e precisa usá-las com cuidado.
Como lidar com uma doença invisível
Mulheres, em particular, devem ser suas próprias defensoras ao lidar com doenças invisíveis.
Se algo não está certo, não ignore os sintomas e procure orientação médica.
Registre seus sintomas
Mantenha um registro detalhado dos seus sintomas, incluindo tipo, duração e contexto, especialmente em relação à dor.
Peça uma segunda opinião
Obter um diagnóstico pode ser um processo demorado.
Se um médico não levar seus sintomas a sério, procure a opinião de outro profissional.
Compile seus registros
Quando consultar um novo médico, solicite que os dados clínicos, exames de laboratório e imagens sejam enviados previamente.
Fale com outras pessoas sobre sua doença invisível
Tenha conversas abertas com familiares, amigos e colegas sobre sua condição.
Eles podem ter perguntas, e você pode precisar educá-los sobre a sua doença.
Encontre grupos de apoio
Procure grupos de apoio, sejam presenciais ou online, para compartilhar experiências e obter ajuda para lidar com a doença.
Considere consultar um terapeuta
Um terapeuta com experiência em doenças invisíveis pode ser fundamental para cuidar da sua saúde mental enquanto você gerencia os sintomas físicos.
Protegendo seu senso de identidade
Os sintomas debilitantes podem impactar seus hobbies e atividades favoritas.
Busque novas formas de manter o prazer na vida, como ouvir audiolivros, se a leitura já não for uma opção.
Pratique a autocompaixão
A autocrítica é comum quando se vive com uma doença crônica, mas é essencial ser gentil consigo mesmo e aceitar que haverá altos e baixos ao longo do caminho.